Show do Bad Religion dá aula de energia e punk rock em SP


Com 35 anos de estrada, não é nenhum absurdo chamar o Bad Religion de pai das bandas de punk rock dos anos 2000. Não só pelo tempo de carreira como também pela criação de um estilo próprio que acabou caracterizando e norteando o punk rock norte-americano do final da década de 80, início dos 90 e segue até hoje. 

Após incontáveis vindas ao Brasil (só eu assisti 4 apresentações nos últimos 10 anos), a tour de 2014 já passou por Rio de Janeiro e Santos, chegou em São Paulo e ainda passou por Curitiba. 

A banda escolhida para abertura do show no HSBC Brasil foi Nem Liminha Ouviu, liderada por um dos maiores ícones do rádio paulistano, Tatola, que atualmente trabalha na rádio 89 FM. Relembrando os clássicos do punk rock nacional de bandas como Plebe Rude e 365, o vocalista Tatola chamou seu filho para cantar "São Paulo". A banda serviu como um bom aquecimento para quem aguardava os californianos.

Quando surgem os primeiros acordes e o vocal rouco de Greg Graffin, marca registrada do Bad Religion, bastaram apenas alguns segundos de "Fuck You" - música do álbum de trabalho da banda, lançado em 2013 - para que o público fosse ao delírio e as famosas rodinhas começassem a se formar para terminarem só no final da apresentação.

Já calejados de tocar no Brasil, os norte-americanos souberam mesclar clássicos com músicas do álbum novo, "I want to conquer the world" e "New America" também estavam presentes nas primeiras músicas do show, que começou pulsante. A banda sabia o que a plateia queria e deu a eles uma apresentação cheia de energia e clássicos do punk rock.

"True North", lançada no ano passado, também foi cantada pelo público do HSBC, que foi aà loucura com "Raise Your Voice" e o show não estava nem na metade. A apresentação continuou com o quase cinquentão Graffin à toda, dando aula de presença de palco para iniciantes. Com a maior pinta de professor de química - careca, de cabelos brancos e óculos - o vocalista parecia reger a banda e a plateia, que seguia insanamente empolgada enquanto "You", "Suffer" e "Supersonic" eram executadas em um setlist que não deixava tempo para ninguém respirar.

Quando "Infected" chegou a apresentação já estava próxima do final, mas parecia improvável que o público fosse parar e a banda muito menos, mas pararam... Por apenas 5 minutos. Voltaram para o bis com "Punk rock song" e "American Jesus", patrimônio do punk rock da década de 90.

Ao final da apresentação, pudemos assistir aplausos, gritos e muita satisfação, tanto do público quanto da banda, que parecia orgulhosa de manter um nível de apresentação tão alto mesmo com tantos anos de carreira. O Bad Religion deixou o palco com a plateia pedindo "Generator", que infelizmente não foi tocada, quem sabe no ano que vem. 

Em uma época em que a renda do brasileiro anda valendo alguma coisa, muitas bandas e artistas têm feito os famosos shows caça-níquel por aqui, principalmente as bandas com mais tempo de estrada. O show de hoje provou que o Bad Religion definitivamente não pertence a essa classe de artistas.

Quem vê esses 'tiozões' na rua e seus cabelos brancos não faz a mínima ideia do que de fato eles são, um patrimônio histórico da música, e principalmente do punk rock.

Fonte: TDM.

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