Bono ataca pirataria em coluna do NY Times
Bono endossou o coro de artistas contrários à pirataria na internet em sua primeira coluna de 2010 no jornal The New York Times, para o qual escreve desde o começo do ano passado.
O vocalista do U2 chamou provedores de internet de "Robin Hoods às avessas", em referência ao mítico herói inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres.
O problema, para Bono, é lucrar em cima dos escombros da indústria fonográfica, que vem perdendo mercado na medida em que a tecnologia de compartilhamento de arquivos avança.
Uma das soluções, segundo o músico, é vigiar a movimentação do usuário na rede. Um passo em falso e o infrator de direitos autorais (principalmente os serviços de internet que ganham dinheiro ) deverá ser punido, defende Bono. A experiência da China - que controla com rigor o conteúdo acessado pelo internauta, com bloqueio parcial a sites como Google e YouTube - foi taxada de "desprezível" pelo colunista, mas elogiada por sua eficácia. Bono esqueceu de sublinhar, no entanto, que parte da informação censurada pelo governo oriental chega à população sobretudo por conta da pirataria.
Bono sugere nova prova de que é possível manter o usuário na linha. "Sabemos pelo nobre esforço da América do Norte em deter a pornografia infantil que é perfeitamente possível mapear o conteúdo", escreveu.
Na coluna, publicada na edição de domingo, 3, do NY Times, o irlandês pede para que a indústria de filmes não cometa os mesmos deslizes que levaram a indústria fonográfica a lidar com números cada vez menos animadores.
"As leis imutáveis da banda larga nos dizem que estamos a apenas alguns anos de poder baixar uma temporada inteira de "24H" em 24 segundos", argumenta.
Para o músico, uma década de compartilhamento de música "tornou claro que as pessoas feridas são os criadores", ou seja, "as pessoas que se beneficiam com este reverso 'Robin Hoodismo' são provedores ricos, cujos lucros crescentes espelham perfeitamente a perda na renda da indústria de música".
Bono - frontman do U2, banda que mais faturou com shows ao vivo no ano passado - afirma ter escrito em defesa a jovens compositores "que não podem viver de venda de ingressos e camisetas".
Se não agirmos o quanto antes, ameaça o músico, corremos o risco de perder "o próximo Cole Porter".
O vocalista do U2 chamou provedores de internet de "Robin Hoods às avessas", em referência ao mítico herói inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres.
O problema, para Bono, é lucrar em cima dos escombros da indústria fonográfica, que vem perdendo mercado na medida em que a tecnologia de compartilhamento de arquivos avança.
Uma das soluções, segundo o músico, é vigiar a movimentação do usuário na rede. Um passo em falso e o infrator de direitos autorais (principalmente os serviços de internet que ganham dinheiro ) deverá ser punido, defende Bono. A experiência da China - que controla com rigor o conteúdo acessado pelo internauta, com bloqueio parcial a sites como Google e YouTube - foi taxada de "desprezível" pelo colunista, mas elogiada por sua eficácia. Bono esqueceu de sublinhar, no entanto, que parte da informação censurada pelo governo oriental chega à população sobretudo por conta da pirataria.
Bono sugere nova prova de que é possível manter o usuário na linha. "Sabemos pelo nobre esforço da América do Norte em deter a pornografia infantil que é perfeitamente possível mapear o conteúdo", escreveu.
Na coluna, publicada na edição de domingo, 3, do NY Times, o irlandês pede para que a indústria de filmes não cometa os mesmos deslizes que levaram a indústria fonográfica a lidar com números cada vez menos animadores.
"As leis imutáveis da banda larga nos dizem que estamos a apenas alguns anos de poder baixar uma temporada inteira de "24H" em 24 segundos", argumenta.
Para o músico, uma década de compartilhamento de música "tornou claro que as pessoas feridas são os criadores", ou seja, "as pessoas que se beneficiam com este reverso 'Robin Hoodismo' são provedores ricos, cujos lucros crescentes espelham perfeitamente a perda na renda da indústria de música".
Bono - frontman do U2, banda que mais faturou com shows ao vivo no ano passado - afirma ter escrito em defesa a jovens compositores "que não podem viver de venda de ingressos e camisetas".
Se não agirmos o quanto antes, ameaça o músico, corremos o risco de perder "o próximo Cole Porter".
Mr. Bono, um dos meus ídolos, desta vez escorregou.
ResponderExcluir1) A troca de arquivos permitiu muita gente, como eu, ter acesso a zilhões de músicas e artistas que antes a gente, aqui em John Ferreira's Land, só ouvíamos dizer que existiam ou líamos em algum lugar sobre, a não ser que tivéssemos um amigo bem legal com uma super transada loja de discos (sacou, hein, hein?).
2) As grandes indústrias praticamente mandaram e desmandaram, do jeito que quiseram, desde que a bolacha preta com um furo no meio foi inventada. Como todo império, tem o crescimento, apogeu e queda - o que vemos, parcialmente, agora.
3) Estas indústrias "criaram" muita porcaria e empurraram goela abaixo do pobre coitado que só tinha acesso a música por canais oficiais (TV e rádio, por exemplo). Ou seja, como era uma indústria, não estava nem aí com o Cole Porters da vida, mas sim em faturar. Milli Baunilha que o diga...
4) Ao contrário do que escreveu Mr. Bono, a internet e a banda larga permitiram que zilhões de bons músicos e bandas divulgassem, TOTALMENTE DE GRAÇA, seus trabalhos para o mundo. E tem muita gente, sim, ganhando dinheiro com shows e vendendo camisetas que apareceu para o mundo aproveitando esta oportunidade.
5) Impressiona-me Mr. Bono sugerindo algum tipo de controle sobre os cidadãos que utilizam internet. Rastrear pedófilos, ok, não se discute. Mas rastrear um amante de música como eu, que após 30 anos de vida finalmente estou tendo acesso a um universo quase inesgotável de sons, é retroceder séculos.
5) A verdade é uma só: para o bem e para o mal, vivemos numa outra era, com um novo tipo de indústria do entretenimento. Aos tubarões, basta se adaptar, tirar a bunda da cadeira e criar novas formas de ganhar dinheiro. Mirem-se no genial Steve Jobs. O discurso de Mr. Bono parece o do cara que defendeu o pianista quando o cinema começou a "falar". Ou seja, ninguém segura a evolução, goste ou não.
Continuando (depois de reler):
ResponderExcluir1) O verdadeiro músico faz música porque gosta, não pra ficar milionário. Boa parte dos maiores músicos e bandas que eu conheço vendem pouco disco e vivem mesmo de shows (que é o que interessa). E dá para viver muito bem.
2) Os maiores prejudicados com a troca de arquivos não foram os criadores, e sim a indústria que os suga enquanto dá dinheiro e que, depois, descarta como lhe convém quando não é mais interessante. Como falei, muito artista só conseguiu aparecer para o mundo depois da internet. Agora, os maiores beneficiados, sem dúvida, fomos nós.
3) Como todo mundo sabe, Mr. Bono adora uma caipirinha. Este artigo escrito na virada do ano... sei lá... entende?