Documentário conta a história por trás do grupo Ministry

Reconhecida como uma das pioneiras em um gênero que era chamado na década de 90 de metal industrial, a história da banda norte-americana Ministry é repleta de mitos e excessos, especialmente quando se fala do vocalista e fundador do grupo, Al Jourgensen. "A gente achava que era louco, mas isso foi até conhecer o Al", admite Dave Navarro em trecho de um documentário chamado "Fix - the Ministry movie", exibido nesta semana para compradores em Cannes.

Gravado praticamente todo com câmeras VHS durante a turnê de 1996 da banda batizada como Sphinctour, o filme captura o Ministry no auge de sua carreira, época de "Psalm 69" e "Filth pig", dois de seus discos de maior sucesso, lançados pela major Warner Records.

Junto com a fama, no entanto, vieram as groupies, as drogas e a pesada rotina de turnês que acabou levando a desgastes entre os integrantes - Al e o baixista Paul Baker são os que mais tempo permaenceram no grupo.

Parte dessa experiência, que vai do auge à beira do precipício graças ao comportamento bipolar e ao vício em heroína do vocalista, é retratada no documentário, que inclui depoimentos de nomes como Lemmy, do Motörhead, Trent Reznor, do Nine Inch Nails, Jonathan David, do Korn, e outros, gravados em 2008 quando Al resolveu finalmente aposentar a banda.

O tom inicial é de bebedeira e farra nos camarins e no palco. Chamado para fazer a abertura da turnê do Ministry, David Yow, vocalista da banda Jesus Lizard, se joga na plateia e canta pelado preparando o público para o verdadeiro show de horrores que viria a seguir. Mas o clima muda lá para a metade do filme, quando a barra pesa e a câmera passa a mostrar Al Jourgensen injetando heroína com uma seringa enquanto fala paranoicamente com o entrevistador - "fix", do título, é uma gíria para a dose da droga.

"Acredito que uma das razões porque eu consegui me aproximar de Al e dá banda é que eu já tinha estado em muitos ônibus de turnê antes, com muitos músicos famosos, então eu não ficava deslumbrado com os caras", disse ao G1 o diretor Douglas Freel, que já trabalhou com bandas como Kiss, Faith No More, Metallica e Red Hot Chili Peppers. "Eu também fui, por muito anos, um viciado em heroína, então eu não ficava julgando o comportamento deles. Eu via Al mais como um cara intrigante do que chocante, e ele mais de uma vez falou que eu seria o cara certo para capturar a sua vida em um vídeo."

A confiança, contudo, durou só até a véspera do lançamento do filme. Quando soube que "Fix" seria exibido pela primeira vez em um festival nos Estados Unidos, em março passado, Al Jourgensen entrou com um processo contra a produtora alegando uso indevido do nome da banda e reclamando que não aprovou a versão final do filme.

"Ele cita o meu nome no processo, mas as razões estão simplesmente equivocadas. Al e eu vimos juntos em sua casa cada um dos frames e tomadas de 'Fix'. Eu não uso nenhum material que ele não tenha aprovado. Mandei para ele, no ano passado, um corte final do filme. Ele tinha duas semanas para responder, de acordo com nosso contrato, mas estou esperando essa resposta até hoje", explica Freel, que diz não ter recebido nada até hoje pelo projeto. "Meu trabalho seria pago pelo filme. A vida e a música de Al seriam o seu investimento. Uma vez que ele viu a versão final, 12 anos depois, ele mudou de ideia e quer dinheiro. Agora, nossos advogados vão ter de resolver isso."

Segundo o diretor, o impasse judicial não deve afetar o lançamento oficial do documentário, previsto para chegar aos cinemas dos Estados Unidos no final de agosto deste ano.

As cenas de nudez e consumo explícito de drogas também não devem atrapalhar a distribuição de "Fix" no mercado, defende o diretor. "Acredito que é justamente essa honestidade desglamourizada do filme que faz com que valha a pena vê-lo. Ele te dá 'a real'.

Fonte: G1

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ídolos do Rock se reúnem para homenagear ex-guitarrista do Pantera

Neil Peart viajou de moto pelo Brasil e se perdeu em Santa Catarina

Queen deve marcar mais três shows com Adam Lambert