Ex-guitarrista pode processar Rolling Stones por royalties não pagos

Mick Taylor, ex-guitarrista dos Rolling Stones, pode entrar com uma ação judicial contra a banda por royalties não pagos. Há 35 anos separado do grupo, o músico contou ao jornal britânico Daily Mail que não recebe nenhuma quantia há 27 anos e pensa em "fazer alguma coisa a respeito".


Substituto de Brian Jones, Taylor integrou o grupo entre 1969 e 1974, deixando o posto para Ronnie Wood, que entrou um ano depois de sua saída. Durante o tempo em que foi da banda, o guitarrista contribuiu em seis álbuns, sendo um deles Exile On Main Street (1972), um dos mais consagrados dos Stones. Foi com ele que o grupo gravou as versões originais de faixas como "Honky Tonk Women", "Wild Horses", "Angie" e "It's Only Rock And Roll".

Apesar de não se arrepender por ter saído da banda, Taylor, hoje com 61 anos, sobrevive apenas com o que ganha se apresentando em pubs, na Inglaterra. A renda lhe permite viver em uma casa simples e mal-cuidada na região rural do país, e não é suficiente para pagar contas de água e luz, reporta o jornal.

"Em 1982, eles [Stones] pararam de me pagar. Eles assinaram um acordo com uma gravadora diferente [a CBS Records], tinham novos contratos e foram avisados que não precisavam mais me pagar", explicou o entrevistado. "Até lá, eu tinha um contrato com a Rolling Stones Records, licenciada pela Atlantic Records - o mesmo contrato do restante da banda."

De acordo com o documento, Taylor receberia a mesma quantia que os outros integrantes por tocar na banda - Mick Jagger e Keith Richards ficavam com os direitos das composições. O problema, informou o músico ao jornal, surgiu quando o contrato com a Atlantic expirou e uma brecha em seu acordo foi usada pelos agentes do grupo.

"Eu deveria ter contratado um advogado. Mas, ao contrário, os xinguei com palavras rudes e perguntei como eles podiam simplesmente parar de me pagar", lembra Taylor. "Eles sabem que isso não é certo. De fato, isso é ultrajante. Eles ficam com todo o dinheiro e eu fico com os aplausos e louvor, vindos até de Mick."

Antes de tomar uma atitude concreta, o músico afirmou que tentou falar com os ex-parceiros algumas vezes, mas percebeu que "contratar um advogado é provavelmente o único jeito de eles me levarem a sério". "Porém eles devem ter sacado que não farei nada sobre isso", se desmerece. Após refletir por um momento, Taylor volta a atrás e fala à reportagem: "Farei algo a respeito, porque cortar meus royalties dos seis álbuns é moralmente errado."

O músico ainda explicou o motivo de sua saída da banda, culpando o vício em drogas adquirido pelo convívio com os outros integrantes. "As pessoas sempre me perguntam se me arrependo de ter deixado os Rolling Stones. Eu não ligo para isso - se tivesse ficado na banda, provavelmente estaria morto", declara. "Estava tendo dificuldades com drogas e não teria durado. Minha vida é tão melhor agora do que ser um membro drogado dos Stones. As pessoas que me conhecem de verdade fazem outra pergunta - se eu me arrependo de ter entrado nos Stones. Para mim, isso é muito mais astuto."

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